quarta-feira, novembro 02, 2011

O FLUG... a crise... a austeridade e o resto!

(FLUG - Flight Lead Upgrade)

E quando todos achávamos que tínhamos batido no fundo, eis que se volta a contastar que o fundo, essa superfície lamacenta onde operam seres invertebrados que populam a nossa vida, é inclinado.
A minha grande questão (e aproveito para a fazer enquanto a curiosidade não é tributada) é até onde é que malta aguenta?
Que nem toiros das corridas, já provámos que a nossa resistência à dor é impressionante, só receio que o nosso fim seja o do bovino bicho... nem sei se serve para bifes!

Bom, ao fim de algumas aventuras e desventuras lá me foi concedido o privilégio de frequentar o curso de Comandante de Parelha em Voo, o qual concluí no início de Outubro, depois de dois meses de intenso estudo e trabalho. Não sendo o fim do mundo, o curso não é fácil e o sucesso em tudo depende da nossa aplicação... neste capítulo fico de consciência tranquila, pois tenho noção de que dei o litro... e mais qualquer coisa. Ainda assim, não me livrei de umas repetições, consta que normais, coisa que afecta o moral mas nos torna mais preparados.
Preparados para quê? Para levar uma formação para a guerra dirão alguns, para estar de alerta já no Natal, digo eu!
É no entanto um sentimento de grande satisfação, saber que temos a confiança das pessoas para levar dois aviões de vários milhões de Euros numa missão! Essa satisfação implica uma grande responsabilidade, mas como diz o poeta: "se fosse fácil, não era para nós!"

A crise e a austeridade lá se continuam a manifestar, quer nos meus ombros, com a falta de mais um risco que fiz por merecer e que consta no meu contracto de trabalho com a "coisa pública" e como é óbvio no bolso... enough said!

Esta noite alguém me relembrou a forma exemplar de como o nosso código ético se confunde com o deontológico.... sim porque os militares também tem destas coisas!
Não é segredo nenhum a pressão que os diversos grupos sócio-profissionais exercem sobre o estado quando as coisas dão para o torto... os polícias.... os médicos... os juízes... etc! A força da sua pressão é objectivada, nas palavras dos próprios, na importância para a sociedade da sua profissão e de como o exercício da sua actividade é influenciado pelas condições de trabalho.
Notável, é esta gente da profissão das armas, que continua com os mesmos padrões de excelência, a cumprir e a servir, sem nunca usar essas mesmas armas para benefício próprio.
E para que não hajam dúvidas.... assim continuaremos!